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segunda-feira, 5 de junho de 2017

(C) *COROA DE CORDEL - I “CARUARU” - HISTORICIDADE

Por Pedro F. Alves
       HISTORICIDADE
 

.            COROA DE CORDEL - I "CARUARU"


Quem sou?
Peça fenomenal que o Criador,
Em Sua magnitude de amor,
Deu caráter à Sua semelhança,
Remiu, frente à desdita, de esperança.
Obra que é a imagem do Senhor!
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Feitura ideal e muito boa,
Reinou frente à toda criação,
A Deus, somente, tinha submissão.
Na terra, no mar, e tudo que voa,
Como também Eva, a sua patroa,
Individual ou coletivamente,
Ser-lhe-iam fiéis, conforme dito,
Com a firmeza do Autor Bendito,
Onisciente e onipotente.
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Assim, eu fui criado, pra ser rei,
Logo, no entanto, do bem me desviei
Vindo, em troca, a condenação,
Então, o Pai, na Sua sublimação,
Salvou-me… morreu por mim… porque pequei.
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Acróstico
De como foi
Adão, no Éden,
Onde nasceu.
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Somos todos herdeiros de Adão que, por sua vez, é herdeiro do Divino, e assim, todos nós somos minúsculas partículas da Fonte Reveladora. Não tenho dúvidas de que, graças a Ela, todos nós vamos vencer.
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Cordel – Uma linda e tradicional forma literária de expressão popular. Seis versos com métrica e rimas definidas e precisas.
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Coroa de Cordel
Não tenho notícia da existência de obra literária denominada “Coroa de Cordel”, pelo sim, pelo não, registrei a obra na Fundação Biblioteca Nacional e vou torcer para que ela passe a fazer parte do acervo literário do nosso querido Cordel.
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Esta ideia foi inspirada na coroa de sonetos que, como é sabido, é formada por um soneto síntese e mais quatorze sonetos, a partir dos versos deste.
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A coroa de cordel tem a seguinte formação:
– Quatro sextilhas formando o conjunto síntese que, por sua vez, dá origem a doze conjuntos de três sextilhas;
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– o primeiro dos doze conjuntos tem início com o verso inicial da primeira sextilha e termina com o segundo verso da mesma;
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– o segundo conjunto inicia-se com o terceiro verso e fecha com o quarto, e assim por diante, até que o décimo segundo conjunto começará com o décimo terceiro verso da quarta sextilha e terminará com o último.
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PRÓLOGO
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– Quem sou
– Coroa de Cordel - I “Caruaru”
– Caruaru (Sextilhas síntese)
I – Caruaru
II – A primeira igrejinha
III – Capital do Agreste
IV – Festas
V – Cristão artesão
VI – Ipojuca
VII – Personagens
VIII – Atores, artistas e astros
IX – Humoristas
X – Poetas
XI – Turismo comercial
XII – Cultura e tradição
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Caruaru (Conjunto síntese)
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Caruari, Caruara…
a igreja no sopé;
o Morro do Bom Jesus,
um santuário da fé;
a Capital do Agreste,
terra dos irmãos Condé;
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palco de arrasta pé,
bonecos de Vitalino;
a arte vinda do barro,
Auto do Moura, destino;
Caruru… Caruaru,
Ipojuca cristalino;
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dádivas do Pai Divino,
Austregésilo, Azael…
Patrimônio popular,
Ludugero, o coronel;
Otrope e Felomena,
um divertido plantel;
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Onildo e Rafael,
esporte, educação;
turismo, Porto e Central,
feira em super dimensão;
pólo multi cultural
e o maior São João…
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I – Caruaru
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Caruari, Caruara,
Kalalu e Kalulu;
segundo outras vertentes,
Caruás e Caruru,
Cururu, Caru mais Ara
e, por fim, Caruaru.
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Kalalu e Kalulu,
Caru somado a Ara
– Judaísmo, Caesar Malta –;
Caruru e Caruara
e depois Caruaru,
José Rodrigues criara.
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A história se depara
com questões que, pela fé,
se reconhece a grandeza:
o morro, a Santa Sé…
e a devoção prestada
à igreja no sopé!
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II – A primeira igrejinha
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O Morro do Bom Jesus,
um destaque do rincão,
é ponto de referência
e lugar de oração,
a caminho da celeste
e derradeira mansão.
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Imitam constelação
os seus opacos luzeiros,
donde humildes centelhas
refulgem dos candeeiros,
atravessando janelas
pra clarear os terreiros.
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Foi nele que pioneiros,
nas encostas do sopé,
fincaram a santa cruz
na igrejinha da Sé,
símbolos das nossas crenças,
um santuário da fé.
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III – Capital do Agreste
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A Capital do Agreste
fez-se também do Forró,
durante o mês de Junho
frio, fogueira, xodó,
ainda mesmo querendo,
ninguém jamais fica só.
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Causa tristeza e dó
ver alguém acabrunhado,
abraçando os joelhos
num tamborete sentado,
enquanto o mulheril
parece enxu assanhado.
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Não se faça de rogado
tome parte no balé,
Caruaru tem de tudo
venha tomar um café,
na Princesa do Agreste,
terra dos irmãos Condé.
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IV – Festas
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Palco de arrasta pé
e celeiro de artistas,
zabumbeiros, sanfoneiros,
triangueiros, bateristas,
violeiros, dançarinos,
cantores e guitarristas.
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Clubes, palanques e pistas,
quadrilhas e pastoris,
com arraial pra crianças,
adultos e juvenis,
festa na cidade toda,
e pra todos os perfis.
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Cravo, rosa, flor de lis,
um paraíso divino,
anfitriões que conferem
amor puro, cristalino,
e inda dão de presente
bonecos de Vitalino.
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V – Cristão artesão
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Arte vinda do barro
pela ciência do homem,
uma dádiva Divina
que os tempos não consomem,
e os que não concordarem
combatem, perecem, somem.
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Pensem bem, jamais profanem,
Vitalino artesão,
além de modelador
foi ardoroso cristão,
cuja mente inspirada
conduziu a sua mão!
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Jovem, mulher, cidadão,
cada um já foi menino
e nos caminhos da vida
permanece peregrino,
crença, pão, barro, bonecos,
Auto do Moura, destino…
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VI – Ipojuca
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Caruru… Caruaru,
caminhada vencedora,
por certo, houve percalços,
mas uma mão protetora
apadrinhou a cidade
com amor de genitora.
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Como fiel professora,
indicou o bom caminho:
cuidar dos seus afazeres,
tratar bem cada vizinho,
conservar a natureza
e evitar ser mesquinho.
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Água, água… vinho, vinho…
sensatez exige tino,
destruir mananciais
é proceder libertino,
preserve e haverá
Ipojuca cristalino.
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VII – Personagens
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Dádivas do Pai Divino:
artistas e menestréis,
governos de pulso forte
– até alguns coronéis –,
mulheres de fibra férrea,
religiosos fiéis…
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Luta, sucesso, revéis,
cada qual com seus afins,
voz do Trio Bandeirantes
– verdadeiros Serafins –,
Caesar Malta e Matias,
Dila e Álvaro Lins.
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Professores Querubins
que orgulham o plantel:
o doutor Luiz Pessoa,
Kermógenes, Rafael
– e completando a plêiades –,
Austregésilo, Azael…
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VIII – Atores, artistas e astros
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Patrimônio popular:
reconhecidos artistas,
músicos, compositores,
escritores, romancistas,
artesões e professores,
cantores e sonetistas;
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pifeiros e repentistas,
orquestra de violinos
– estimulando os dotes
de meninas e meninos –,
insignes arranjadores
os “Onildos” e “Firminos”;
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e entre tantos divinos,
Genésio e Daniel,
Azulão e Janduhy,
Olegário do cordel
e, o não menos famoso,
Ludugero, o coronel.
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IX – Humoristas
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Otrope e Felomena,
seres humanos notáveis,
parceiros de Ludugero
nas trapaças impagáveis,
três artistas do humor
com dotes insuperáveis.
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Fatos inimagináveis,
tanto bons quanto fatais,
acontecem todo dia,
fortuitos ou naturais,
e um desses imprevistos
fez três mortais imortais!
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Se sonhos transcendentais
podem inverter papel,
quem sabe os três se encontram
um dia com Rapunzel,
e no Céu hão de formar
um divertido plantel.
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X – Poetas
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Onildo e Rafael
têm seus nomes na história,
caminhada sem tropeços,
longevidade, vitória…
Onildo, ainda aqui
e Rafael, já na Glória!
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Trás Rafael à memória
suas obras imortais:
músicas, poemas, trovas,
sonetos fenomenais,
contos, glosas e cordéis,
registrados nos anais.
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Acadêmicos leais
e fiéis à tradição,
jamais mediram esforços
e nunca disseram não
aos partícipes da arte,
esporte, educação…
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XI – Turismo comercial
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Turismo, Porto e Central,
é parte das atrações
que faz de Caruaru
um parque de diversões,
animado com forró,
pra manter as tradições.
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Há, entre outras opções,
o Pólo Comercial
e o shopping Difusora
– bem na frente do Central –,
além do Caruaru,
num ponto especial.
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Outra ideia genial
e centro de atração,
o Parque Treze de Maio,
multi show de confecção,
verdadeiro tem de tudo,
feira em super dimensão.
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XII – Cultura e tradição
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Pólo multi cultural
onde Universidades
dão ênfase à formação
das especialidades
que têm maior preferência
nas suas proximidades.
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Colégios e faculdades
com visão universal,
incentivam e apoiam
ao parque industrial
e à gama de artistas
do setor artesanal.
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É seu foco principal:
cultura e tradição,
a indústria e comércio,
turismo, educação,
artesanato do barro
e o maior São João.
.
Fim.

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